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Sobre o livro "De Amor e de Sombra de Isabel Allende"

30-05-2011 18:32

 
Quero falar-vos de um livro muito especial, de uma escritora excepcional que tem a capacidade de misturar o real com o fantástico de uma forma notável. Esta escritora é uma excelente contadora de histórias e consegue transmitir, através da escrita, emoções que não senti nos inúmeros romances que li de outros escritores. O seu nome é Isabel Allende e um dos seus livros de que gostei particularmente foi, “DE AMOR E DE SOMBRA”.

Já li este livro três vezes. Quando gosto de um determinado livro, leio-o várias vezes, porque descubro novos pormenores no livro, que escaparam em outras leituras e também porque revivo a história novamente. Um dos pontos fortes deste romance são as personagens, habitantes de um Chile em plena ditadura de Pinochet.

Uma das personagens principais é Irene, jornalista, proveniente de uma família de classe alta, mas com problemas económicos, que vive numa parte da mansão de família com a sua mãe e uma criada e que, para poderem preservar a mansão e manter as aparências perante a sociedade, transformaram a outra parte da mansão num Lar para idosos.

Outra das personagens centrais é Francisco, psicólogo desempregado, é o filho mais novo de uma família de intelectuais de esquerda, emigrantes oriundos de Espanha, que abandonaram o seu país para fugir à ditadura de Franco. Ele começa a trabalhar como fotógrafo na revista feminina onde trabalha Irene.

É no seio da família Ranquileo, residente em Los Rios, uma localidade rural, que se dão os acontecimentos que vão dar início ao romance. Os Ranquileo vivem de uma forma muito modesta: o pai é um palhaço em fim de carreira, alcoólico e decadente, que só regressava a casa no Inverno, quando começavam as chuvas. A mãe, uma camponesa que trabalhava de sol a sol para manter a casa com alguma dignidade, era o pilar de sustentação da sua pobre família e tinha a seu cargo a educação dos filhos e a lavoura do seu pequeno pedaço de terra.

A filha adoptiva dos Ranquileo começa a ter uma espécie de ataques que fazem tremer a terra e as gentes da terra atribuem-lhe poderes divinos, começando a considerá-la uma santa de pequenos milagres. Num dos seus misteriosos ataques, a menina é levada pelos militares e nunca mais regressa a casa. É a partir do desaparecimento dessa menina que Irene e Francisco começam a sua investigação sobre as atrocidades cometidas pelos militares e polícia política da ditadura de Pinochet e descobrem, numa mina abandonada, o cadáver da menina e de mais uma série de pessoas, que tinham sido dadas como desaparecidas. O amor de Irene e Francisco nasce da partilha de ideais e da sua cumplicidade no combate às injustiças de um país ditatorial.

Telma Teixeira, RVCC Nível Secundário, Grupo 18
 

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