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Dois textos de Anabela Esteves

09-02-2012 15:17

1.

Pedras no caminho

Posso ter defeitos,
viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo,
e posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas
e tornar-se num autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si,
mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "Não".
É ter segurança para receber uma crítica,
mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo-as todas,
um dia vou construir um castelo.



Sempre gostei deste poema do Augusto Cury. Fala dos problemas que surgem na vida e na coragem para os enfrentar. Foi afinal o que sempre fiz ou tentei fazer na minha vida, que já vai com mais de cinquenta anos. Podia ter sido tudo melhor, mas como diz o poeta, pode-se atravessar desertos, mas lá bem no fundo podemos sempre encontrar um oásis, e tenho encontrado alguns.

Uma das coisas de que me arrependo é de não ter estudado mais. Estive muito tempo a trabalhar na mesma empresa e dediquei-me muito a ela, deixando mesmo de acabar um curso de inglês que me faria hoje muito jeito, porque não havia tempo. Estamos sempre condicionados ao tempo. E esta empresa foi mesmo à falência, aí não havia como evitar. Mas afinal ninguém nos obriga a fazer nada, no fim de contas fazemos o que queremos, mesmo que mais tarde haja arrependimentos. E como ainda não existe uma máquina para viajar no tempo, o importante é aprender com os nossos erros para não voltar a repeti-los. O importante mesmo é conseguirmos ser felizes. A felicidade faz-se de momentos, e são esses momentos que temos que aproveitar. E não me vou preocupar com as pedras que surjam no meu caminho; não são tantas que dêem para construir um castelo, mas a vida não espera por ninguém e não podemos esconder-nos a vê-la passar. E posso garantir que eu não o vou fazer.


2. 

Hoje em dia, a grande maioria das pessoas tem um ou mais telemóveis, até as crianças (algumas pequenas demais, na minha opinião). Até para mim , que já tinha trinta e muitos anos quando tive o primeiro telemóvel, marca Sagem (que comparado com os de agora era assim uma coisa nada bonita com uma antena), já sinto a falta do telemóvel quando, por exemplo, me esqueço dele. Dou um exemplo que se passou comigo, só para percebermos como este aparelho se tornou em poucos anos parte das novas vidas. Um dia à noite, estava a dar um filme na televisão, já com alguns anos, em que, numa das cenas, havia um rapaz que queria falar com um amigo e não sabia como entrar em contacto com ele. E aí dei comigo a pensar "porque não lhe liga para o telemóvel?". Nem me lembrei de que era um filme antigo .

 

Anabela Esteves, RVCC nível Secundário, grupo 26

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